Diário do Mercado na 2ª feira, 04.05.2020
Ibovespa se ajusta à queda externa da sexta-feira passada
Comentário.
O índice brasileiro tão somente incorporou as baixas ocorridas nos mercados acionários norte-americanos, que funcionaram normalmente na sexta-feira passada, quando foi feriado do “Dia do Trabalho” no Brasil (diferente da maioria dos países que comemoram esta data, os EUA, por questões culturais, celebram o evento em setembro).
A performance doméstica teve a queda amenizada graças às recuperações dos índices norte-americanos nesta sessão. Internamente, houve melhoria do humor com a percepção dos agentes da rápida aprovação agora da PEC do Orçamento de Guerra e do projeto de auxílio aos Estados e municípios.
Externamente, o presidente dos EUA foi incisivo ao declarar sobre a China: "cometeu um erro, tentou esconder e demorou a avisar sobre a covid-19" e que não reduzirá as tarifas de importação sobre produtos chineses.
O que terminou “salvando o dia” foi o desempenho favorável dos papéis do setor de tecnologia, considerado no momento pelos investidores como passível de sofrer menor efeito adverso pelo coronavírus.
Vale ressaltar que as temporadas de balanços do primeiro trimestre do ano prosseguem tanto na Bovespa, como nas bolsas de Nova York.
O dólar comercial subiu, acompanhando o mercado externo, findando a R$ 5,5200 (+1,53%). Os juros curtos caíram, se ajustando à proximidade do Copom, e os demais subiram.
Ibovespa.
O índice já abriu em baixa, se adequando às quedas dos índices acionários de Nova York ocorridas na sexta-feira passada, se mantendo basicamente ao redor dos 78 mil pts (-3,11), mas melhorando na meia hora final junto com as bolsas norte-americanas. O setor de bancos, a Petrobras e a Vale pesaram no dia. Já as ações do varejo digital se destacaram em alta.
O Ibovespa fechou aos 78.876 pts (-2,02%), acumulando -31,79% ano e -17,84% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 19,4 bilhões, sendo R$ 15,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolxa B3
No dia 29 de abril, a Bovespa teve entrada líquida de R$ 695,878 milhões, com a retirada líquida indo a -R$ 4,358 bilhões no mês (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 68,695 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em alta, pressionado pelo seu comportamento no mercado externo. Na parte da tarde, a divisa arrefeceu seu ímpeto com melhores notícias domésticas. O Banco Central fez a rolagem de 10.000 contratos de swap cambial.
A moeda fechou a R$ 5,5200 (+1,53%), acumulando +37,59% no ano e +40,14% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 321 pts versus 317 pts da sexta.
Juros.
Os juros futuros curtos recuaram, com a adequação das apostas de baixa na taxa Selic na decisão do Copom da próxima quarta-feira. Já os contratos intermediários e longos avançaram, seguindo a tendência do dólar. Assim fecharam as taxas em relação ao pregão anterior:
DI julho/2020 em 3,03% de 3,05%;
DI outubro/2020 em 2,86% de 2,88%;
DI janeiro/2021 em 2,77% de 2,78%;
DI janeiro/2022 em 3,66% de 3,60%;
DI janeiro/2023 em 4,91% de 4,79%;
DI janeiro/2025 em 6,61% de 6,48%;
DI janeiro/2027 em 7,50% de 7,40%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 29.04.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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